Dra. Juliana Doering – O hálux valgo, popularmente conhecido como joanete, é uma doença ligada ao uso de calçados inadequados e à herança genética. É uma das deformidades mais comuns dos pés, principalmente em mulheres.

É uma doença progressiva que causa dor e dificuldade para uso de calçados, além de incômodo do ponto de vista estético.

Algumas joanetes, mesmo as com deformidades grandes, podem não doer ou não incomodar, podendo ser acompanhadas no consultório sem que haja necessidade de correção cirúrgica.

Mas quando a deformidade causa dor e dificuldades no dia-a-dia, como para o uso de calçados fechados ou para praticar atividades físicas, por exemplo, há a indicação de cirurgia.

Isso porque a joanete, por ser uma doença progressiva, tende a piorar ao longo dos meses ou anos. Então, a partir do momento em que se torna dolorosa, é indicada a correção cirúrgica definitiva para que o procedimento cirúrgico seja mais simples e os resultados sejam melhores e mais previsíveis.

Após o procedimento é possível ter alta no mesmo dia, caso a cirurgia ocorra pela manhã. Contudo, a maioria dos cirurgiões prefere que a alta seja no dia seguinte, para que o paciente tenha o suporte da equipe de enfermagem na primeira noite, para controle de dor e ajuda para tomar banho, ir ao banheiro e treino de caminhada com muletas ou sandálias ortopédicas.

Pós-operatório

De forma geral, o período de dor mais intensa após a cirurgia acontece dentro das primeiras duas semanas, quando é necessário repouso na maior parte do tempo. A partir da terceira semana, até por volta da sexta semana, a dor melhora progressivamente e já é possível manter os pés para baixo e andar dentro de casa sem problemas.

Após a sexta semana, quando em geral o paciente é liberado do uso de sandálias ortopédicas, a dor melhora progressivamente.

Volta às atividades

São necessárias cerca de 6 a 8 semanas para realizar atividades diárias habituais como trabalhos domésticos, ir ao mercado, trabalhar sentado e em funções que caminham pouco e até mesmo ir à academia sem praticar saltos ou corridas.

Para retornar a atividades de impacto como corrida, saltos e longas caminhadas são necessários, em geral, três meses. Porém, estes prazos podem variar de pessoa para pessoa, a depender da evolução da cirurgia e do nível de demanda individual.

Procure sempre um especialista em Cirurgia do Pé e Tornozelo em caso de sintomas para receber o tratamento adequado.

Dra. Juliana Doering é médica ortopedista especialista em Cirurgia do Pé e Tornozelo da equipe do Instituto Wilson Mello.