Dr. Daniel Guedes
Muito comum no consultório de um médico do esporte, a fratura por estresse é uma lesão causada pela fraqueza e fadiga muscular. Esse tipo de lesão responde por cerca de 10% das lesões em atletas.
Dor contínua que piora durante o exercício principalmente quando há mudança de tipo, intensidade e tempo de treino, edema após o esforço, queda do desempenho e dor ao tocar o local afetado são os principais sintomas da fratura por estresse.
Ela pode ocorrer por fatores externos e internos. Os fatores externos estão relacionados ao condicionamento físico, como:
- Local/tipo/tempo/intensidade de treino.
- Tipo de calçado e de pisada.
- Técnica e equipamento esportivo inadequados.
Os fatores internos referem-se às características do atleta:
- Estrutura óssea.
- Raça e sexo.
- Metabolismo e doenças.
A lesão por estresse normalmente acontece quando a fraqueza e a fadiga muscular influenciam na redução da absorção do impacto sobre o osso, gerando estresse e levando à fratura.
Os membros inferiores, responsáveis por suportar o peso corporal, são os mais afetados, principalmente em corredores, sejam profissionais ou amadores.
É uma lesão frequente em pessoas sedentárias e/ou com sobrepeso que resolvem iniciar de forma intensa uma atividade de impacto, ou mesmo em atletas quando aumentam demais a intensidade e o volume de treinamento.
As lesões por estresse podem ser divididas em dois tipos:
- Lesão de baixo risco, mais fácil de consolidar por estar localizada na zona de compressão do osso.
- Lesão de alto risco, ruim para a consolidação por estar localizada na zona de tensão do osso.
Para diagnosticar a lesão por estresse, além do exame clínico, são necessários exames de imagem como a ressonância magnética. O tratamento costuma ser conservador, com medicamentos, reabilitação, diminuição ou afastamento do treino e, em alguns casos, imobilização. A cirurgia é raramente indicada.
O tempo de consolidação da fratura é de 6 a 12 semanas e após esse período o paciente deve retornar aos treinos de forma progressiva para evitar nova lesão.
A principal forma de prevenção desse tipo de fratura é não treinar demais (overtraining), ter um acompanhamento profissional e respeitar seus limites!
Dr. Daniel Guedes é médico ortopedista especialista em Medicina Esportiva da equipe do Instituto Wilson Mello.