Dr. Daniel Guedes – Muitas lesões ortopédicas decorrentes da prática esportiva não acometem apenas atletas profissionais. Atletas amadores de esportes de alto impacto têm grandes chances de sofrer de cotovelo de tenista, tendinite, bursite, fratura por estresse, espasmos musculares etc.
As causas são diversas e vão desde a falta de condicionamento físico a supervisão adequada, calçado inapropriado, esforços repetitivos e sobrecarga. Grande parte das lesões ocasionadas no esporte são geradas por microtraumas de repetição, conhecidas como lesões por overuse.
A Terapia por Ondas de Choque (TOC) é capaz de acelerar a recuperação em determinadas patologias ortopédicas e nas lesões esportivas. Atletas de alta performance utilizam essa técnica em seus tratamentos para poder retornar rapidamente aos treinos e competições.
Quando o indivíduo treina, existe um certo grau de destruição tecidual que durante o repouso é compensado por produção de matriz extracelular. No repouso o organismo refaz os tendões, músculos e ossos de maneira que se tornem mais fortes. Na lesão por overuse, alguns tecidos do aparelho locomotor apresentam dificuldade de cicatrização, gerando lesões muitas vezes com pouca resposta ao uso de anti-inflamatórios e recursos da fisioterapia.
Sempre houve um esforço muito grande da ciência para acelerar o retorno do indivíduo ao esporte, levando a procedimentos invasivos como a infiltração com corticoides e a cirurgia.
A partir da década de 90, o avanço tecnológico representado pelo tratamento por ondas de choque (TOC) começou a ser usado na ortopedia para estimular o processo de cura biológica em tendões, tecidos e ossos. Na última década, a utilização da TOC em medicina esportiva se popularizou por beneficiar os atletas que não querem ou possuem contraindicação a procedimentos invasivos e que não melhoraram pela reabilitação tradicional.
Terapia por Ondas de Choque: como funciona e indicações
No Brasil, a Terapia por Ondas de Choque tem indicação para fascite plantar, pseudoartrose ou retardo da consolidação, calcificações periarticulares dos ombros, epicondilite lateral (cotovelo de tenista). As contraindicações incluem: anormalidades na coagulação sanguínea (coagulopatias), gravidez, infecção aguda de tecido mole ou osso, arritmias cardíacas ou uso de marca-passo, epilepsia.
Os estudos atuais apontam um índice de eficácia de 70 a 85% dos casos, incluindo alguns atletas que tiveram indicação prévia de tratamento cirúrgico.
Por meio de ondas focais ao sistema musculoesquelético, a TOC estimula a microcirculação do local, reabsorvendo o processo inflamatório e aliviando a dor.
O número de sessões e o tempo de duração do tratamento podem variar a cada caso. Em média, são necessárias de 3 a 5 sessões de 15 a 20 minutos com intervalo de uma semana entre elas. O aparelho é direcionado ao foco da lesão e os disparos são aplicados. Em alguns casos, pode-se sentir um certo desconforto momentâneo.
Em caso de lesão esportiva, procure sempre um especialista em Medicina do Esporte para indicar o melhor tratamento
Dr. Daniel Guedes é ortopedista especialista em Medicina Esportiva da equipe do Instituto Wilson Mello.
CRM 130.026 | RQE Ortopedia: 48.292 | RQE Med. Esportiva: 69.77630/10