Dr. Daniel Guedes – Muitos atletas tendem a forçar seus limites quando querem melhorar a performance, mas o treinamento repetitivo e extenuante sem recuperação adequada pode causar um impacto negativo: a síndrome do overtraining, que pode incluir fadiga, dor, declínio no desempenho e possíveis lesões.
O overtraining ocorre quando o atleta ignora os sinais de esgotamento que acontece após vários dias consecutivos de treinamento esportivo intenso e continua treinando, pois acredita que a fraqueza ou o baixo desempenho indicam a necessidade de um treinamento ainda mais forte.
A recuperação total do overtraining é difícil e pode exigir semanas ou meses de descanso, o que é muito ruim para um atleta. Por isso é importante tomar alguns cuidados para evitá-lo:
- Equilibrar o treinamento com o tempo de recuperação. O descanso adequado não é sinal de fraqueza, pois um atleta precisa de pelo menos um dia completo de descanso durante a semana.
- Se o treino é para uma competição/prova específica, alternar dias difíceis e fáceis.
- Aumentar a quantidade e a intensidade do treinamento gradualmente.
- Reconhecer quando o treino está exagerado: ficar obcecado por treinar, se exercitar apesar das lesões ou da dor, ou se sentir culpado por passar um dia sem exercícios vigorosos, é um sinal de alerta.
- Certificar-se de que está consumindo calorias e nutrientes suficientes. A ingestão de calorias deve cobrir o que o corpo precisa para treinamento e reparação muscular, por isso é essencial ter o acompanhamento de um nutricionista.
- Beber muita água, pois a desidratação contribui para a fadiga muscular.
- Dormir bem para recuperar as energias.
Praticar esporte é saudável, mas quando o exagero coloca em risco a saúde é preciso atenção!
Dr. Daniel Guedes é ortopedista especialista em Medicina Esportiva da equipe do Instituto Wilson Mello.